SONO, POR QUE DORMIMOS?

Existem várias hipóteses sobre as funções do sono, e embora ainda haja muito a aprender sobre o sono e seu propósito, as teorias mais populares incluem:

  1. Conservação de energia: esta hipótese sugere que o sono é uma forma de economizar energia. Como os animais precisam de energia para sobreviver e realizar atividades importantes, o sono permite que eles desacelerem seu metabolismo e reduzam seu consumo de energia durante um período de inatividade.

  2. Inatividade adaptativa: essa hipótese sugere que o sono evoluiu como uma forma de manter os animais fora do perigo durante os períodos de maior risco. Durante o sono, os animais são menos ativos e menos perceptíveis aos predadores.

  3. Processamento cerebral e consolidação da memória: o sono pode desempenhar um papel importante no processamento cerebral e na consolidação da memória. Durante o sono, o cérebro pode revisar e consolidar as informações que foram aprendidas durante o dia.

  4. Restauração: o sono pode ser necessário para a restauração física e mental. Durante o sono, o corpo pode se concentrar na reparação e recuperação de tecidos, e o cérebro pode ser capaz de se livrar de substâncias tóxicas que se acumulam ao longo do dia.

Embora nenhuma hipótese seja completamente conclusiva, muitos pesquisadores acreditam que o sono é uma parte fundamental da vida e desempenha um papel importante em manter a saúde e a função cognitiva.


A hipótese do processamento cerebral e consolidação da memória sugere que o sono desempenha um papel importante no processamento das informações aprendidas durante o dia e na consolidação da memória a longo prazo. Durante o sono, o cérebro pode revisar e reorganizar as informações que foram adquiridas durante o período de vigília.

Existem vários tipos de memória, incluindo a memória declarativa (memória de fatos e eventos) e a memória procedimental (habilidades e hábitos). Estudos mostram que diferentes fases do sono são importantes para diferentes tipos de memória.

Durante o sono REM (Rapid Eye Movement, ou Movimento Rápido dos Olhos), que é uma fase do sono caracterizada por movimentos rápidos dos olhos e atividade cerebral semelhante à vigília, ocorre uma consolidação da memória declarativa. Por exemplo, uma pesquisa sugere que a fase REM do sono pode ser importante para consolidar informações visuais, enquanto outras fases do sono podem ser mais importantes para consolidar informações verbais.

Além disso, durante o sono profundo, conhecido como sono NREM (Non-Rapid Eye Movement, ou Movimento Não Rápido dos Olhos), ocorre um processo de "spindles" cerebrais, que são breves surtos de atividade elétrica no cérebro. Esses surtos estão associados à consolidação da memória procedural e à melhoria das habilidades motoras.

Em resumo, a hipótese do processamento cerebral e consolidação da memória sugere que o sono desempenha um papel importante no processamento e consolidação das informações aprendidas durante o dia, contribuindo para a melhoria da memória e do desempenho cognitivo.


O neocórtex e o hipocampo são duas regiões do cérebro que estão intimamente relacionadas com a memória e o aprendizado.

O neocórtex é a região mais externa e desenvolvida do cérebro em mamíferos, e é responsável por funções cognitivas complexas, como a linguagem, o pensamento abstrato e a tomada de decisões. Ele também está envolvido no processamento da informação sensorial, motor e emocional.

O hipocampo, por sua vez, é uma estrutura em forma de "cavalo-marinho" localizada na região medial temporal do cérebro. Ele desempenha um papel fundamental na formação, armazenamento e recuperação da memória episódica (memória de eventos específicos e experiências pessoais). O hipocampo também está envolvido na navegação espacial e na orientação.

O hipocampo e o neocórtex estão interconectados e trabalham em conjunto para o processamento da informação. Quando novas informações são aprendidas, o hipocampo é responsável pela consolidação inicial da memória, enquanto o neocórtex é responsável por integrar e processar essas informações a longo prazo. Com o tempo, as memórias consolidadas no neocórtex podem ser recuperadas com base em pistas ou contextos relevantes.

A relação entre o hipocampo e o neocórtex é importante para a compreensão do papel do sono na consolidação da memória. Durante o sono, a atividade no hipocampo e no neocórtex é sincronizada, permitindo a transferência de informações do hipocampo para o neocórtex. Isso contribui para a estabilização e consolidação das memórias a longo prazo.


A privação do sono pode levar a uma série de déficits de função, incluindo fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, alterações de humor, redução do desempenho cognitivo e aumento do risco de doenças físicas e mentais. Esses déficits podem ser compensados ​​pelo chamado rebote compensatório, que é um aumento na quantidade ou qualidade do sono após um período de privação. O rebote compensatório é uma tentativa do corpo de restaurar o sono perdido e se recuperar dos déficits de função.

Existem várias hipóteses sobre as funções do sono, e a hipótese da função restaurativa é uma delas. Essa hipótese sugere que o sono é necessário para restaurar e reparar o corpo e o cérebro após o período de vigília.

Durante o sono, o corpo passa por processos de reparação, como a produção de células e tecidos novos, a liberação de hormônios anabólicos (como o hormônio do crescimento), a redução da inflamação e a regulação da função imunológica. Esses processos são importantes para a manutenção da saúde física e mental.

A hipótese da função restaurativa também sugere que a qualidade do sono pode ser influenciada pela atividade física e mental durante o período de vigília. Por exemplo, a falta de atividade física regular pode interferir na capacidade do corpo de se recuperar durante o sono, enquanto a exposição excessiva a estímulos mentais pode interferir na capacidade do cérebro de relaxar e se restaurar.

Além disso, durante o sono, ocorrem alterações na expressão gênica, incluindo a ativação de genes envolvidos na síntese de proteínas e na regulação do metabolismo. Essas alterações podem ser importantes para a reparação e a regeneração celular que ocorrem durante o sono.

Em resumo, a hipótese da função restaurativa sugere que o sono é necessário para a restauração e reparação do corpo e do cérebro após o período de vigília, contribuindo para a manutenção da saúde física e mental. A privação do sono pode levar a uma série de déficits de função, que podem ser compensados ​​pelo rebote compensatório.


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